sexta-feira, setembro 23

Reflexão

" é preciso tempo para interiorizar as ações em pensamento, porque é muito mais difícil representar o desenvolvimento da ação e dos seus resultados em termos de pensamento do que limitar-se à execução material (...) a interiorizarão das ações supõe, assim, a sua reconstrução sobre um novo plano..." (Piaget, 1998)

Relatório de Estágio Supervisionado Psicopedagogia Clínica

1. INTRODUÇÃO A primeira etapa do Estágio Supervisionado do curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Psicopedagogia Institucional ocorreu nas dependências da Escola Estadual Josino Meneses, no município de Japoatã, com aulas teóricas visando o embasamento para o estágio. A Psicopedagogia Institucional e Clínica, como a área que estuda o processo ensino/aprendizagem, podem contribuir com a escola na missão de resgate do prazer no ato de Aprender. Foi pensando neste enfoque que o Estágio Clínico forneceu informações e práticas para abordar na visão Psicopedagógica, as condições de escuta construindo um olhar, que possibilite o conhecimento de sintomas para análise dos mesmos buscando soluções para os problemas estudados. “O olhar Psicopedagógico busca ver como se constrói um sujeito aprendente em relação a um sujeito ensinante, na relação com um objeto do conhecimento como uma terceira parte nessa circulação” (Fernandez. 2003, 167). O estágio Institucional foi realizado na Escola Formosa Municipal, localizada na Rua Vasco da Gama, no município de Ilha das Flores, Construída em 1974, pelo Prefeito Wilson Pereira. Em agosto de 1992 o Prefeito Evaldo Calixto, construiu o muro da frente da escola. Em 1994 o Prefeito Josenaldo C. Vasconcelos, realizou uma reforma. Atualmente a escola passa por reformas, no banheiro, passarelas, construção do muro ao redor da mesma. A obra está sendo realizada pelo Prefeito Ronaldo Calixto O Estágio Supervisionado teve o objetivo de observar e aplicar os conhecimentos adquiridos nas disciplinas, Metodologia Científica, Didática, Libras, Desenvolvimento Socioafetivo, Psicopedagogia e Psicomotricidade, Atendimento Psicopedagógico, Tecnologia Educacional, Intervenção em Psicopedagogia Clínica, Intervenção por meio de jogos, Fundamentos da Aprendizagem, Psicologia da Aprendizagem, Aprendizagem Humana, Aprendizagem da Leitura e Escrita, Teoria da Psicopedagogia e Intervenção Clínica, Diagnóstico Psicopedagogia Clínica, Estágio de Psicopedagogia Institucional e Clínica. Com a carga horária de 70 horas, oito sessões. O desenvolvimento deste trabalho partilha uma preocupação relativa à aprendizagem, a prática, buscando esclarecer hipóteses, que aborde todos os processos e níveis tornando e considerando todas as ações objeto para estudo. 2. CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO O Estágio foi realizado na Escola Formosa Municipal, no município de Ilha das Flores, situado na zona urbana na rua: Vasco da Gama, 365, sob a direção da Sra. Rosineide dos Santos e coordenação o Sr. José Monteiro – uma escola com total de 700 alunos – na modalidade de Ensino Fundamental atende do 1º ao 9º ano e os Programas EJA - Educação de Jovens e Adultos do 2º ao 9º ano, e o Programa Alfa e Beto. 2.1 Horários de funcionamento A escola atende seus alunos no períodos manhã , tarde e noite e seus horários são 7:30 às 11:45hs , 12:30 às 16:45hs e 18:30 às 22:40 hs. 2.2 Corpo de apoio Sua equipe de apoio é formada por dez serventes, três auxiliar administrativo, um secretário, quatro vigias, uma nutricionista, uma cozinheira. 2.3 Corpo docente A Escola tem em seu quadro funcional quarenta e dois professores, com nível elevado em sua formação: Graduação e Pós-Graduação com especializações em suas respectivas áreas de conhecimento. 2.4 Corpo discente A clientela atendida nesta escola é de baixa e média renda familiar, desenvolve sua cultura participando de Eventos na comunidade e na escola. Os pais destes alunos assistidos pela instituição têm o nível de aprendizagem em variações uns alfabetizados/ semi-alfabetizados/analfabetos. 2.5 Comunidade As principais atividades econômicas das pessoas da comunidade atendida pela escola são na maioria Professores, Agricultores, Pescadores, Funcionário Público, Comerciantes autônomos e taxistas. São desenvolvidas pela comunidade escolar atividades culturais e de lazer como: Reisado, Pastoril, Quadrilha, entre outros. A escola estabelece relações com a comunidade através de palestras, reuniões de pais e eventos. Nesta comunidade não existe aluno em idade escolar fora da escola, existe alunos com jornada formal/informal de trabalho, no comércio, campo, auxiliar de pedreiro, pescadores. A instituição dispõe de indicadores como índice de evasão, índice de aprovação, índice de distorção idade/série e IDEB. E também se tem um documento que norteia toda a escola o referido Projeto Político Pedagógico, que foi elaborado com a participação de toda comunidade escolar, a mesma se aplica as diretrizes Curriculares do MEC. e o Regimento Escolar sendo parcialmente conhecido pela comunidade. Os educadores recebem apoio e orientação no seu desenvolvimento da prática pedagógica sistematicamente, com todo apoio prestado pela Direção, Coordenação e Secretaria de Educação. Para melhoria do Currículo a escola realiza ações com vistas em projetos, que proporciona o desenvolvimento da ação para melhoria da aprendizagem dos alunos tais como: Alfabetizando, Prevenção na Escola, Torneio, Leitura, Gincanas de Conhecimentos, Feira de Ciências, Meio Ambiente. Nesta unidade não existe parâmetros de avaliação da aprendizagem e o que existe não atende as necessidades quanto ao acompanhamento e avaliação dos alunos. 2.6 Processo de Planejamento Geral Desenvolvido na Escola Formosa Municipal - Planejamento Pedagógico _Anual/Bimestral -Planejamento Financeiro _ Anual - PDDE. A unidade escolar realiza uma jornada Pedagógica obedecendo ao calendário escolar. O tempo que é garantido na jornada de trabalho não é tão satisfatório, nesse processo de planejamento o público alvo atendido é o diretor, coordenador, professores, alunos, servidores, técnicos administrativos. No processo são observados os seguintes itens: diagnóstico, análise e identificação de problemas, definição de metas, objetivos e estratégias, definição de formas de acompanhamento e avaliação. Os planos produzidos todos têm conhecimento e acesso sendo consultados com frequência. São utilizados alguns critérios para a composição e organização das turmas como idade, aprendizagem distorção idade/série. Quanto a utilização do tempo previsto as aulas e outras atividades não tem se cumprido totalmente há um reflexo negativo nesse processo, se tratando dos problemas relativos as faltas e atrasos e a indisciplina dos alunos, a unidade escolar tem a preocupação e o cuidado de trabalhar estes aspectos através de conversas professor/aluno /comunidade, relatados ao conselho tutelar e Assistência Social. Segundo a direção "Português e Matemática citadas como as disciplinas críticas de ensino, temos dado um grande suporte para que possamos trabalhar de forma diferente envolvendo nestas disciplinas". O ambiente físico está em condições satisfatória, sendo o imobiliário como carteiras de alunos insuficientes. A instituição possui biblioteca, sala de leitura, utilizada pelos professores no horário de trabalho. O ambiente físico contribui para que atividade pedagógica ocorra de forma adequada. A comunidade escolar conserva o espaço físico e contribui para sua preservação. A escola não desenvolve nenhum trabalho com a comunidade externa em relação à valorização e preservação do patrimônio escolar. 2.7 Avaliação da Aprendizagem da Escola Formosa Municipal Avaliação como um elemento integrante da Prática Pedagógica deve ser considerada como um meio e não como um fim, meio de verificar os objetivos definidos, como foi dito anteriormente a escola não possui parâmetros de avaliação, o único mecanismo utilizado para avaliar aprendizagem dos alunos "testes", este instrumento não responde a necessidade de professor/aluno, as formas de registro dos resultados da aprendizagem que a escola adota e a nota registro descritivo bimestralmente, O foco que a escola considera e está no Projeto Político Pedagógico sob a avaliação dos alunos: conteúdos definidos para cada série, pontualidade, comportamento, participação, assiduidade e interação com grupo. Não, há argumentos em a discussão das práticas avaliativas. A escola possui uma semana de prova para todas as classes. O sistema de recuperação paralela é realizada uma semana após a prova, retomando os conteúdos fazendo revisão, esse sistema não responde as necessidades nem aos estímulos dos alunos. 3. DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NO ESTÁGIO OBSERVAÇÃO A PROFESSORA O primeiro contato com a professora foi através da direção, nos dando a oportunidade de esclarecer nosso trabalho e nossos objetivos para com a criança, a mesma se mostrou animada com a escolha de sua turma, marcamos os dias de observações. As observações da Professora foram feitas em dois momentos, nos dois momentos demonstrou ser uma professora calma, dedicada com métodos tradicionais. Inclusive na segunda observação as crianças estavam agitadas com a notícia que nas aproximações da cidade, duas crianças tinham sido encontradas sem seus órgãos, ela calmamente explicava o que levava aquela situação e todos a observavam com atenção suas explicações, notamos que as explicações os estimularam de tal forma que todos estavam atentos como se a notícia fosse um motivo para desperta o interesse das crianças, percebemos que o que estava faltando para aquelas aulas se tornarem produtivas era métodos atrativos que resgatassem a atenção das crianças para os conteúdos expostos. As atividades diárias não envolvem os alunos e consequentemente não criam um ambiente propício para aprendizagem da classe que não ocorre de maneira homogenia, “Se uma criança não consegue aprender, procure uma forma diferente de ensino. Não procure algo que esteja errado na criança. É provável que seu método de ensino e a forma de aprendizagem pela criança estejam em defasagem. Nem a criança, nem você, devem ser responsabilizados por isso, mas você pode se responsabilizado se não tentar algo mais.”www.psicopedagogia.com.br/atuacao /disturbios /dist-aprend.shtml Não há preocupação em adaptar as atividades propostas aos diferentes níveis de aprendizagem de cada aluno em sala. As crianças em sua maioria são comportadas, mas há exceções do tipo que apresentam déficit de comportamento, comprometendo o desenvolvimento dos demais. OBSERVAÇÃO AO ALUNO As observações do aluno C. S. J., foram feitas em três dias diferentes e em horários diferentes, tendo a oportunidade de observar diversas atitudes em momentos diferentes, o mesmo chega a escola desacompanhado por morar apenas a seis casas da escola, aparentemente desanimado senta-se no fundo da sala sem muito contato com os demais, em alguns momentos parecia está calmo, outros momentos de costas para o quadro como se a aula não apresentasse atrativos suficientes para prender sua atenção, observando o seu comportamento diante dos seus colegas , é de uma criança inquieta que gosta de provocar os demais, sempre permanece distraído com pensamentos longe, olhando para o nada. O aluno só possui um caderno desorganizado, lápis e borracha, verificando o caderno de todos os alunos inclusive o dele podemos perceber que as atividades de casa não são respondidas por diversos motivos, entre eles por não saber ler e escrever e não ter o acompanhamento familiar adequado, as atividades de sala não são desenvolvidas, quando copiada sua letra não é legível, não escreve nas linhas, apresenta uma caligrafia irregular, percebemos que a sua letra refere-se há muitos aspectos, que precisamos descobrir. Apresenta conhecimento de algumas letras do alfabeto ditadas e explicadas. O lanche da escola é servido em sala de aula, ele aguarda ansiosos, por diversas vezes levanta e caminha até a porta da sala ficando a olhar para cozinha, já que fica de frente a sua sala, seu único lanche é o da escola que é servido na sala de aula. Após o lanche são liberados para o intervalo, onde corre, brinca, pula, provoca outras crianças, retornando a sala de aula sem muita mudança, aparentemente mais distraído e cansado, aumenta a falta de estímulo para com as atividades. REGISTRO DA QUEIXA C. S. J., está cursando o segundo ano do Ensino Fundamental, pela segunda vez, estuda na Escola formosa Municipal do município de Ilha das Flores/SE. No turno matutino. A professora, juntamente com a direção da escola apresentaram as seguintes queixas: O menor não apresenta comportamento tranquilo em sala de aula; Altamente desconcentrado; Não consegue acompanhar as atividades interdisciplinares; Não consegue desenvolver habilidades na leitura e escrita; Não reconhece caracteres; Não identifica cor. “Algumas vezes, a queixa da escola apontada como motivo manifesto do diagnóstico é repetida pelos pais, sem qualquer elaboração posterior. Ao longo do processo ela vai se transformando e se revelando de menor importância , ao mesmo tempo em que vai surgindo um motivo latente que realmente mobilizou os pais para consulta. Esse motivo pode crescer em importância, exigindo mais urgência no atendimento, ficando a dificuldade escolar em segundo plano” (Weiss, 2008. p.47). 1ª SESSÃO – ANAMNESE 26/04/2011 Durante esse processo é preciso colher informações que nortearão o possível diagnóstico sobre as dificuldades do mesmo, seu condução adequado possibilita ao Psicopedagogo ampliar horizontalmente a fala, partindo da queixa apresentada pela escola e família. É durante a anamnese que as hipóteses começam a perder ou ganhar forças, por ser muito invasiva, pois “revira” a pessoa do avesso e mexe muito com as emoções e sentimentos deve ser realizada com muito cuidado e habilidade, para que a pessoa não se retraia e crie bloqueios ou resistências que prejudiquem o processo investigativo: “Considero a entrevista da anamnese um dos pontos cruciais de um bom diagnóstico. É ela que possibilita a integração das dimensões de passado, presente e futuro do paciente, permitindo perceber a construção ou não de sua própria continuidade e das diferentes gerações, ou seja, é uma anamnese da família” (Weiss, 2008. P.63). A anamnese do sujeito C. S. J. Foi realizada no dia 26/04/2011, com a intenção de coletar informações entre elas estrutura familiar, desenvolvimento infantil, desenvolvimento sócio-afetivo desenvolvimento escolar, e possíveis causas de suas dificuldades. O menor C. S. J. Sete anos, do sexo masculino, brasileiro, cursando o 2º ano do Ensino Fundamental menor, no período vespertino, da Escola Formosa Municipal, situada a rua: Vasco da Gama 365, Ilha das Flores/SE. Filho de Claudemir dos Santos, Tirador de coco, cursou o Ensino fundamental incompleto e Edenilde Andrade da Hora, vinte e quatro anos, dona de casa, brasileira, analfabeta, residente a rua: São Luís nº 44, centro, Ilha das Flores/SE. O menor C. S. J. Primogênito, reside com os pais e seus três irmãos, sendo uma menina de cinco anos e dois menino um de quatro anos e outro de dois anos, há um bom relacionamento entre os irmãos. Queixa A Senhora E. A. H., tinha conhecimento da situação de seu filho, confirmando que o mesmo tem sete anos é repetente do 1ª ano, mas por motivo de idade/série, foi transferido para o 2º ano sem desenvolver habilidade nenhuma em leitura e escrita, a mesma comunicou que desde quatro anos de idade o menor, frequenta a Educação Infantil, mas não observou nenhum sucesso em seu desenvolvimento, relata que o filho sempre teve essas atitudes de ficar inquieto e olhando para o tempo, desatento em sala de aula e nos estudos, apresentando baixo rendimento. A família até o momento não procurou ajuda de especialista na área. “A queixa não é apenas uma frase falada no primeiro contato, ela precisa ser escultada ao longo de diferentes sessões diagnósticas, sendo fundamental refletir sobre o seu significado” (Weiss, 2008. P.63). Possuí amigos entre cinco e dezesseis anos, gosta de brincar de bola com os mais velhos, tendo horário para banho e dormir. Quanto ao desenvolvimento sexual, manifesta pouca curiosidade, sendo orientado por seus pais. No convívio social, tem vários amigos, relaciona-se bem, mas se bate nele ele devolve, é nervoso e agitado diz a mãe. Não desenvolveu tiques, largou a chupeta com facilidade. Sempre foi uma criança saudável, não existem relatos de doenças infantis, seu único problema, falta de oxigênio quando chorava muito, precisando de ajuda para retorna. Durante toda gestação a senhora, já citada estava tranquila emocionalmente, seu filho era muito desejado pelo casal, não houve dificuldade no parto, sendo realizado na Maternidade de Capela. O menor nasceu de parto normal, aos nove meses, medindo quarenta e seis centímetros e pesava quatro kg. Aos Trinta dias de nascido o mesmo retornou ao hospital onde passou trinta dias internado com “sarna de cachorro”. Aos três anos de idade subiu em um poste e caiu, batendo a cabeça no meio fio, não desmaiou, foi levado ao hospital, mas não apresentou complicações. Possui alimentação saudável, por recomendação médica mamou no peito até os seis meses, continuando com mamadeira, aos quatro meses iniciou alimentação sólida, com o nascimento dos dentes teve reação “diarreia”, não há problemas na alimentação atual, os pais sempre oferecem frutas e legumes, fazendo com que ele aprecie por livre espontânea vontade ou sob pressão. Não apresenta problemas no sono, tem um sono pesado e tranquilo, há horários para acordar e dormir, dorme entre 10 ou 12hs por dia. Teve um bom desenvolvimento motor, aos quatro meses sustentava a cabeça, sentou aos cinco meses, não engatinhou, ficou em pé aos seis meses e andou aos sete meses, não caia com facilidade, não se machucava, havia proteção dos pais, não possuía facilidade de manipular objetos, dificuldades atuais só escolares. Não apresentou nenhuma dificuldade, deixou de usar fraldas aos dois anos, e não usou “pinico” foi direto ao vaso sanitário, sempre que a criança esquecia era castigado com palmadas. Desenvolveu a linguagem tardia aos dois anos, sendo corrigida traumaticamente, sob pressão de palmadas. “Considera-se atraso de linguagem crianças que até um ano e meio não falam palavras isoladas. A partir dos dois anos não formam frases”.( www.psicopedagogia.com.br). Começou as séries iniciais na Escola Infantil do Município de Ilha das Flores/SE, sendo transferido para escola atual há dois anos. Teve um vínculo com a professora do 1º ano, Sempre recebeu reclamações das professoras, procura ajudar na medida do possível, por ser analfabeta sente dificuldade em auxiliar o filho nos estudos. Observações: A Senhora E. A. H., em muitos momentos nos pareceu confusa em suas informações, trocando datas e comportamentos. 2ª SESSÃO – EOCA 03/05/2011 O menor C. S. J., Chegou ao CRAS conduzido pela estagiaria no momento combinado, sendo conduzido a brinquedoteca, onde serão realizadas as sessões de atendimento Psicopedagógico. Neste primeiro momento o mesmo se encontrava tenso e envergonhado, tentamos distraí-lo com apresentação do material exposto na mesa, entre eles lápis, borracha, folhas, lápis de cor, de cera e lápis de álcool, dominó, pega varetas, xadrez, dama, cancam, gibis, livros de leitura bem ilustrados para crianças, animais em miniaturas, palhaço desmontável, régua, alfabeto móvel, quebra-cabeça e todos os brinquedos da brinquedoteca, mas nada parecia chamar atenção do menor. Está primeira sessão de investigação ao nível de aprendizagem da leitura e da escrita, no reconhecimento de números, lateralidade, formas geométricas, entre outras nos dará condições para direcionarmos as futuras atividades oferecidas ao paciente na conclusão de seu diagnóstico. Iniciamos a sessão de entrevistas, após algumas perguntas o mesmo deixa de responder, permanecendo em silêncio para distraí-lo dei-lhe folhas que o agradou de imediato, continuei a fazer as perguntas discretamente, mas não houve resultado, após algumas dinâmicas conseguimos conquistar sua confiança. Com a consigna: Faça um desenho o que você quiser e pode utilizar qualquer material, mas ele não mostrou interesse pela variedade de objetos, escolheu simplesmente lápis de cor, enquanto desenhava em silêncio, algumas perguntas foram feitas e foram respondidas entre elas o que ele gostava de fazer, sua resposta foi imediata: desenhar e jogar bola com os amigos, relacionamos sua resposta ao desenho, já que seu desenho foi espontâneo, ao perguntar sobre o desenho permaneceu em silêncio, perguntei novamente e ele apenas balbuciou entre os lábios o nome de alguns personagens, conseguimos identificar alguns, que estão enumerados. No desenvolvimento das atividades relacionadas ao alfabeto ilustrado, não houve sucesso no reconhecimento, tentamos novamente mostrando os desenhos e as letras de uma forma lúdica, na tentativa de fazer com que ele relaciona-se as letras ao desenho, C. J., assimilou algumas figuras as letras com facilidade, tendo errado por diversas vezes as letras: A, Q, M, T, H, W, S, Z, J Na identificação das cores do lápis de cor todas foram trocadas, quanto aos números apresentados em um relógio no formato de sol em e.v.a, sentiu dificuldade apenas conseguia pronunciar na sequência numérica de 0 à 10, fora da sequência não identifica qualquer número. Observamos nesse primeiro momento que: Paciente demonstrava grafia trocada, disgrafia; Conhecimentos Pedagógicos inferiores a sua idade; Apresenta-se calmo e perceptivo; Impaciência nas perguntas; Concentração na elaboração do desenho e pintura; Não houve questionamento em nenhum momento; Não organizou os materiais, mas a pedido da estagiária ajudou a guardar todo material; O aluno permaneceu calado, tendo dificuldade de responder as perguntas; Utilizamos consigna múltipla de abertura que possibilita o sujeito na sua liberdade de pensamento e expressão, mesmo assim em alguns momentos a criança permanece paralisada. 3ª SESSÃO – ATIVIDADE LÚDICA 05/05/2011 Trabalharemos com atividades lúdicas para confirmação do Diagnóstico Psicopedagógico com a temática concentração, percepção e atenção, serão utilizados alguns jogos para incentivar a participação do aluno. A estagiária recebeu o aluno com uma dinâmica divertida no Teatro da Patota, mas o paciente não se motivou, dando continuidade às atividades apresentamos um palhaço colorido para que ele desmonta-se e em seguida montasse seguindo a ordem das cores iguais, não conseguiu desenvolver corretamente, na maioria das vezes trocava as cores e quando era perguntado se estava certo ele pegava outra cor diferente apenas com os olhos esperava a confirmação, ao percebemos que o interesse estava passando a estagiária o ajudou, concluído essa atividade partimos para segunda, quebra cabeça perguntamos se ele conhecia através de um gesto labial ele respondeu que não, não apresentando interesse partimos para outra atividade pega-vareta, nesse ele demonstrou pouco interesse, mas por alguns minutos permaneceu concentrado logo apresentou desânimo e impaciência abandonando o jogo, num impulso ele se voltou à estante de brinquedo e pegou alguns animais em miniaturas para brincar, o deixamos brincar por alguns minutos, e partimos para próxima atividade memória de frases, consigna: escute e repita as frases, onde continha sequência só acertou duas, consigna: escute e diga onde tem coisas estranhas, ele não percebeu nenhum repetiu as frases com dificuldades oral, mas não identificou nenhum absurdo. O objetivo dessa atividade é percepção e concentração, após a leitura de cada frases ele teria que repetir identificando os absurdos que foram empregadas nas frases, para melhor percepção utilizamos situações do seu cotidiano. Como última atividade alfabeto móvel emborrachado, consigna: forme seu nome com as letras, não houve reação do menor, novamente explicamos a atividades, permanecendo paralisado auxiliamos na leitura das letras consequentemente na formação de seu nome. Nessa sessão as atividades não foram concluídas com êxito, na arrumação do alfabeto foi solicitado que encaixa-se as letras nos devidos lugares do tabuleiro do alfabeto móvel, por diversas vezes o aluno errou. As cores não foram identificadas; Não houve percepção; Não houve memória de relatos; Não reconhece as letras; O aluno demonstrava desânimo e cansaço; Permanecendo sempre em silêncio poucas palavras foram ditas; Apresenta dificuldade na pronúncia de algumas palavras; Tom de sua voz muito baixa em alguns momentos apenas articulava os lábios com expressões leves; Apresenta dificuldade de compreender e executar comandos. 4ª SESSÃO – SESSÃO DE ATIVIDADES 10/05/2011 Por um atraso nas Provas Operatórias, antecipamos as sessões previstas no Planejamento elaborado pela Professora Orientadora. No desenvolvimento das atividades, tentaremos identificar o nível de conhecimento pedagógico do paciente, para iniciar a sessão utilizamos uma música da Xuxa “Cabeça, ombro, joelho e pé”, o menor não acompanhou a música só olhava os movimentos e quando foi perguntado onde ficava cabeça, ombro, joelho e pé, ele demonstrou corretamente, e completou: escrevo com a mão direita, não consigo escrever com a mão esquerda, enquanto falava demonstrava com gestos para nossa surpresa ele estava disposto a conversar. Dando continuidade as atividades, entregamos uma folha com consigna: leia a imagem e complete as palavras com as letras que faltam, ele se posicionou diante da atividade, mas sua dificuldade foi grande em identificar as letras, então trocamos a atividade pelo alfabeto móvel, após ler junto com o menor diversas vezes inclusive fora da sequência, voltamos a atividade anterior para nossa surpresa ele conseguiu completar as palavras, que silabávamos com clareza de som, algumas vezes o menor perguntando é essa? Com a nossa confirmação ele completava, apresentava uma ortografia legível, partindo para próxima atividade ligar os desenhos as letras dos animais, essa desenvolvida rapidamente e com certeza nas respostas, a penúltima atividade com consigna: ouça o nome e ligue as figuras correspondentes, desenvolveu a atividade sem hesita corretamente. Nessa sessão algumas atividades foram concluídas com êxito Conseguiu compreender e executar os comandos; Apresentou conhecimentos de lateralidade; Esquema corporal; Nas vezes que são trabalhadas as vogais com material concreto ele assimila; Apresentou conhecimentos da organização espacial; Não desenvolveu coordenação visual motora; Não apresentou desenvolvimento Psicomotricidade. 5ª SESSÃO – PAR EDUCATIVO 12/05/2011 Neste dia fomos surpreendidas com atitude de C.J., a estagiária chegando a sua residência no horário previsto recebeu a notícia que o mesmo já se encontrava no CRAS, estava muito ansioso e pediu a mãe para que o levasse mais cedo à mesma o levou uma hora mais cedo o deixando com a secretária do Órgão Público, ficamos muito feliz com a atitude do menor, mas preocupadas com a atitude da mãe. Nessa atividade tentaremos analisar seus desenhos para nos esclarecer alguns sintomas em seu desenvolvimento emocional. Dando início as atividades explicando ao paciente como seriam desenvolvidas as atividades daquele dia ele não mostrou entusiasmo, com a consigna: desenhe uma pessoa que aprende e outra que ensina, ele permaneceu por alguns minutos entorpecido, explicando novamente e dando exemplos após uns oito minutos ele começou a rabiscar, mas sempre em silêncio, desenvolvendo seu desenho de maneira estranha começou a pintar, quando perguntando sobre o desenho ele permaneceu em silêncio por um longo tempo, dando continuidade, com a consigna: desenhe sua família com muita dificuldade começou a desenhar em silêncio, esse ele não quis pintar, comentado sobre os personagens do desenho ele novamente moveu os lábios suavemente dando a entender que abaixo seria ele, mãe e o pai, deduzimos que acima seria os três irmãos, esse ele não quis pintar, voltamos para o primeiro desenho, dessa vez conseguimos mais informações os triângulos são as carteiras, ele está centralizado no meio da folha em baixo, e a professora maior que todos desenhos, no terceiro desenho com a consigna: desenhe uma festa de aniversário, demorou um pouco para ele iniciar o desenho, mas não quis pintar e quando perguntado dos desenhos novamente ele apenas móvel os lábios dando a entender o que está registrado, na última atividade com a consigna: desenhe você e seus amigos, começou a desenvolver algo que não conseguimos explanar, então ele começou a copiar as palavras escritas acima, perguntei se ele queria uma atividade para copiar confirmando com gestos elaboramos uma atividade extra a qual foi bem desenvolvida. Observações: No 1º desenho: apresenta vínculo negativo com aprendizagem, supervalorização a professora, mas distanciamento afetivo, e desvalorização a si mesmo, quanto ao ambiente alegre e satisfatório. No 2º desenho: Sente-se seguro, tem a família como referência para desenvolver e associar modelos de aprendizagem e vínculo com a mãe, distanciamento do pai, aos irmãos distanciamento familiar. No 3º desenho: Apresenta vínculo negativo com aprendizagem, supervalorização a mãe, valorização ao pai e a irmã, apresenta um mundo interno, vínculo positivo e negativo com alguns personagens. No 4º desenho: vínculo positivo pelo tamanho do desenho, quanto ao personagem principal não há identificação se é o maior ou menor, que pode está relacionado a liderança, submissão ou ser vítima do grupo. 6ª SESSÃO – ATIVIDADES LÚDICAS CENTRADA NAS PROVAS OPERATÓRIAS 17/05/2011 Desenvolver atividades baseadas nas Provas Piagetianas, com o objetivo de investigar o nível cognitivo em que o menor se encontra, para realização utilizaremos diversos materiais que nos auxiliaram no desenvolvimento das atividades. Provas para pensamento operatório concreto de acordo com 7 anos: Período das operações concretas (7 a 11, 12 anos): neste período o egocentrismo intelectual e social (incapacidade de se colocar no ponto de vista de outros) que caracteriza a fase anterior dá lugar à emergência da capacidade da criança de estabelecer relações e coordenar pontos de vista diferentes  (próprios e de outrem ) e de integrá-los de modo lógico e coerente (Rappaport, op.cit.). Um outro aspecto importante neste estágio refere-se ao aparecimento da capacidade da criança de interiorizar as ações, ou seja, ela começa a realizar operações mentalmente e não mais apenas através de ações físicas típicas da inteligência sensório-motor (se lhe perguntarem, por exemplo, qual é a vareta maior, entre várias, ela será capaz de responder acertadamente comparando-as mediante a ação mental, ou seja, sem precisar medi-las usando a ação física). http://www.unicamp.br/iel/site/alunos/publicacoes/textos/d00005.htm Seriação: Nessa prova utilizamos 10 palitos de picolé, com uma diferença de 5 mm de altura entre um e outro: O menor desenvolveu a prova com facilidade; Atingiu nível 2. Conservação de pequenos conjuntos discretos de elementos: Inicialmente mostramos um tabuleiro onde continha as fichas de conservação, a primeira igualdade inicial, seguida por Termo a termo, Modificação espacial, Segunda modificação espacial, Terceira modificação espacial: Não conseguiu desenvolver a conservação de correspondência numérica; Atingiu nível 1. Conservação de massa: Diante do menor pegamos duas barras de massinha de modelar de cores amarela e verde por serem cores predominantes em seus desenhos. Perguntando a ele se eram do mesmo tamanho ele confirmou, então perguntando novamente se a barrinha for cortada em cubos assim, “cortamos na frete do aluno”ainda permanece na mesma quantidade, sua resposta apresentou oscilação mas ao final ele confirmou que as cortadas tinha mais, quando perguntado porquê ele disse “ela tá maior que essa”: Não consegui desenvolver a conservação de massa; Atingiu nível 1. Conservação de comprimento: Utilizamos uma corrente de 10 cm e uma de 15 cm, inicialmente foi mostrado ao aluno as corrente com posição inicial, consigna: qual o cordão mais comprido, ele acertou, na primeira e na segunda situação, teve oscilação de resposta, quando perguntado o porque ele permanecia calado. Não conseguiu desenvolver a conservação de comprimento; Atingindo nível 2. Conservação de líquido: Mostrando dois copos grandes com a mesma quantidade de água, quando perguntado se havia a mesma quantidade de água ele confirmou com gestos, ao serem transferidos para outros copos maior e fino e menor e largo, ele apontava para o maior copo de água, com ideia de que ele teria maior quantidade de água. Não demonstrou o domínio de conservação de líquidos; Atingiu nível 1. “Observar que o paciente pode não ter adquirido todas as noções em um mesmo momento evolutivo, o que significa a existência de defasagem. Por exemplo, pode ter resposta de Nível 1 na prova de seriação de palitos de de Nível 3 na de conservação de quantidade contínuas. Isso significa que, nesse momento, o paciente tem condições de dar respostas operatórias num domínio, em quanto que em outro usa ainda mecanismos predominantes perceptivos ou semiperceptivos” (weiss, 2008, p.111). 7ª SESSÃO – SESSÃO DE ATIVIDADES 19/05/2011 Última sessão com o paciente, direcionamos está sessão para um breve levantamento de seu desenvolvimento durante o período de Diagnóstico Psicopedagógico Neste dia C. J., desanimado, desmotivado mais retraído, apresentando dificuldades para desenvolver suas atividades. Em um tapete emborrachado com números grandes de zero a nove, utilizado consigna: desmonte e monte os números na ordem de zero a nove, encontrou dificuldade por não conhecer os números, só sabe na ordem, próximas atividades teria que identificar com um X a maior arvore, a casa mais larga, a cesta com mais pão, a primeira e a segunda ele identificou já a terceira não conseguiu, utilizamos uma atividade de percepção e atenção, completar os desenho com as partes que estão faltando dos quatro desenho só identificou um, última atividade umas frases para que ele copiasse, utilizamos letras cursivas para sua maior identificação, mas não obtivemos sucesso ele não estava disposto, na tentativa de conversar ele apresentou resistência, quando falamos que aquela era a última sessão e que tínhamos um presente para ele, ele nos olhou e perguntou: não vai mais mim ajudar? Seu tom de voz era muito baixo como sempre e triste, quando respondemos que não poderíamos mais ficar com ele então ele abaixou a cabeça e não pronunciou mais nada. Suas palavras foram tão inesperadas de uma maneira tão diferente que nos comoveu, aproveitando a oportunidade a estagiária relatou seu desenvolvimento o motivou a continuar. Mostramos o presente, uma mochila com um caderno de desenho e uma caixa de lápis de cor e três livros de leitura da coleção, Dinossauros, servimos um lanche nos despedimos. Fica aqui uma criança que nos conquistou em tão pouco tempo com suas dificuldades escolares e familiares, uma criança sem perspectiva de sucesso escolar carente de afeto, de estímulos e de compreensão. 8ª SESSÃO – DEVOLUTIVA 24/05/2011 Analisando as diferentes causas que podem interferir no processo de ensino aprendizagem do menor C. S. J., com idade de 7 anos, relacionadas entre o ambiente escolar, familiar e a metodologia abordada na escola, não deixando de lado ausência de estímulos familiares adequados a criança. O aluno que apresenta déficit de atenção, dificuldade de aprendizagem, pelo processo de assimilação e acomodação, exigir um acompanhamento diferenciado, incluindo: aulas particulares, aconselhamento profissional, assistência para desenvolver habilidades básicas, ou acompanhamento Psicopedagógico, para melhoria do desempenho do menor citado acima apresentamos alguma recomendações: A família deve estabelecer um horário e local para estudo; As atividades de casa devem ser realizadas diariamente com acompanhamento familiar para melhorar o rendimento escolar e vínculo familiar; Devem ser oferecidos livros de histórias infantis para incentivo a leitura, tanto no ambiente familiar quanto escolar; Proporcionar ao menor, atividades que envolvam sociabilização, para estimular seu desenvolvimento linguístico e cultural; Proporcionar atividades de laser com crianças da mesma faixa etária; Metodologia baseada em Psicodrama, Psicomotricidade para facilitar sua assimilação; Uso de recursos didáticos que despertem o interesse das crianças e o desejo de aprender; Acompanhamento de um Psicólogo; Acompanhamento de um Fonoaudiólogo; Acompanhamento Psicopedagógico com inclusão de jogos terapêuticos, técnicas projetivas que possibilitem o resgatem das primeiras modalidades de aprendizagem; Nos finais de semana ou nas horas livres da família proporcionar atividades de lazer juntos, para vínculo familiar; Visita ao oftalmologista; Mudar o lugar que o aluno senta, de preferência ao lado da professora onde ela possa dar mais atenção. 4. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS O presente relatório refere-se a um processo de avaliação Psicopedagógica, tendo em consideração o pedido realizado pela Direção da Escola Formosa Municipal, o menor C.S.J., sete anos, cursando o segundo ano do Ensino Fundamental menor pela segunda vez, foi submetido a uma avaliação Psicopedagógica apresentando a seguinte queixa: não apresenta comportamento tranquilo em sala de aula, altamente desconcentrado, não consegue acompanhar as atividades interdisciplinares, não consegue desenvolver habilidades na leitura e escrita, não reconhece grafemas, não identifica cor, apresentando as referidas dificuldades de aprendizagem, utilizou-se aos seguintes procedimentos na avaliação e conclusão do Diagnóstico Psicopedagógico: Observações ao aluno em seu ambiente escolar em três momentos; Observações a professora em dois momentos; Anamnese com a mãe; Duas Sessões Lúdicas; EOCA; Provas Operatórias; Avaliação da competência de leitura e escrita, percepção visual e auditiva, expressão oral e verbal; Memória; Concentração; Análise corporal, cognitivo, afetivo, motor; Conhecimentos pedagógicos, Lateralidade e cores. A avaliação realizada à C. S. J., nas aptidões cognitivas detectamos alterações importantes quanto à atenção e concentração, ocorrendo frequentemente a distração comprometendo o resultado das atividades, há deficiência no reconhecimento de numerais, cores e letras, deficiência quanto a competência linguística, especificamente um vocabulário pobre e limitado, com dificuldades de sequencialização, de compreensão e expressões verbais, se expressar com dificuldade possuindo em alguns momentos tom de voz tão baixa que dificulta compreensão: “O risco mais sério diante da lentidão e dos problemas de aprendizagem generalizados é rotular os alunos portadores desses problemas como sujeito desgastantes e cansativos, levando-os, com o passar do tempo, a criar vínculos tão inadequados com a aprendizagem, que dificilmente instituição escolar, por si só, será capaz de ajuda-lós” (Scoz. 2008, p. 65,66). Há dificuldade de associação de ideias, dificuldades na memória imediata e memoria cinestésica, dificuldade percepção visual, não identifica as semelhanças nem absurdos auditivos, em sua maioria não obedece a comandos, problemas ao nível da memória auditiva: “A importância de se definir os períodos de desenvolvimento da inteligência reside no fato de que, em cada um, o indivíduo adquire novos conhecimentos ou estratégias de sobrevivência, de compreensão e interpretação da realidade. A compreensão deste processo é fundamental para que os professores possam também compreender com quem estão trabalhando. (http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/per09.htm) Quanto ao nível de desenvolvimento escolar inferior em comparação a criança da mesma faixa etária, e das habilidades básicas necessárias para o alcance de competências escolares, que poderá ser melhorado recorrendo à adaptação de metodologias diversificadas: “No cotidiano da sala de aula, frequentemente o professor se depara com uma série de situações que envolvem a formação da identidade do aluno e – tendo ou não clareza de que faz – acaba cercando-se de uma série de práticas (algumas aprendidas em curso de Magistério, Pedagogia ou Licenciatura; outras, através de trocas de experiências com os demais professores e outras, ainda, através de conhecimentos do senso comum) que imprimem uma orientação ao desenvolvimento dessa identidade” (Oliveira.1993, p.151). Entre elas a Psicomotricidade, que é uma prática pedagógica que visa contribuir no desenvolvimento da criança e no processo de ensino-aprendizagem favorecendo os aspectos físico, cognitivo, orgânico e emocional, busca estar sempre com a realidade do educador. Psicodrama utilizado para incentivar a espontaneidade e a criatividade dos alunos por relacionar os conteúdos com o cotidiano real levando-os a compreender de diversas formas: O Psicodrama foi apresentado por Jacob Levy Moreno no final da década de 20, com o propósito de promover as relações reais com os sentimentos, fantasias e emoções da pessoa, relações estas que são favorecidas através da expressividade que interpõe a representação teatral.  Pode ser utilizado na clínica, na educação, nas empresas, nas comunidades e nos hospitais.  A aprendizagem de papéis, o uso da espontaneidade e da criatividade são respeitados pelo Psicodrama como composições que podem alterar e auxiliar o desenvolvimento pessoal e social do ser humano.(http://www.brasilescola.com/psicologia/psicodrama.htm) A utilização do Psicodrama e os jogos na escola. O psicodrama é o tratamento do indivíduo e do grupo no qual ele se insere, que usa a ação dramática, onde o protagonista pode ser o indivíduo ou o próprio grupo, o psicodrama ajuda a promover a liberação da espontaneidade da criança, através do brinquedo, jogos, representações e outras atividades escolhidas livremente por elas; facilitar a estruturação sociométrica do grupo e promover o desenvolvimento da "tele" entre as crianças.  O psicodrama visa isto: ensinar a agir, percebendo-se uma adequação, ou melhor, uma necessidade de buscar soluções para os problemas através de tratamentos que visam uma maior movimentação, agilidade, rapidez e comunicação, numa tentativa de trabalhar tanto o indivíduo em sua interioridade como também em todos os tipos de relações. (http://www.abpp.com.br/artigos/65.htm) A criança em desenvolvimento aprende enquanto brinca, o corpo pede movimentos e o texto na maioria das vezes não proporciona. Porém o professor pode dar movimentos ao texto através da dramatização aos números pelo uso de jogos matemáticos ou pesquisas através de seminários, assim motivando o aluno a buscar incentivos que o estimulem no seu desenvolvimento pedagógico: “Uma das possíveis maneiras de fazer um diagnóstico de uma criança com problemas de aprendizagem é pela hora do jogo; pois, quando tem de significar sua fragilidade, a criança perde suas possibilidades sensório-motoras. Isto é, tem uma falha nos aspectos sensório-motores, porque tem de demonstrar sua fragilidade em outro nível” (Pain. 2009, p.37). Quanto ao nível da escrita às principais dificuldades apresentadas pelo paciente com relação à composição das letras referem-se à falta de conhecimento, adquirido nas na fase pré-operatória, apresenta dificuldades na organização espacial, disgrafia. “Para Erikson, dos 6 aos 12 anos a criança está na idade do domínio versus inferioridade, que corresponde á fase de latência na teoria freudiana. A principal realização deste estágio é aprender habilidades, tanto na escola como fora dela. É a idade em que a criança aprende a ler, escrever, calcular, jogar futebol, xadrez, remar, tocar um instrumento musical, nadar acampar, andar de bicicleta, colecionar coisas e muitas outras habilidades. Sua energia e sua motivação para competência são muito acentuadas nessa idade” (Barros. 2002, p.93). Aluno que não é estimulado desde pequeno a desenvolver suas habilidades, fica acostumado a receber e com o tempo vai perdendo a iniciativa de explorar o ambiente e a capacidade de aprender sozinho, para que ele recupere esta capacidade é necessário motivar a espontaneidade para favorecer a criatividade, assim poderá sempre desenvolver uma forma para aprender além daquela que o professor apresenta, adaptando seu tempo de assimilação e acomodação, no entanto cada tipo de capacidade requer um tipo de aprendizagem e sempre depende de condições externas e internas para acontecer, tanto a capacitação quanto a retenção e a transferência de informação são os primeiros passos na percepção de estímulo que são recebidos pelo aluno. “A metodologia seguida pelo professor reflete sobretudo uma “mentalidade”, um sistema de cresças e valores, quase diríamos uma “cosmovisão”. Uma parte importante dessa cosmovisão é o conceito que se tem do homem e de sua capacidade de crescimento. Outra parte é o conceito que se tem da sociedade e da necessidade ou não de sua transformação” (Bordenave. 2008, p.66). Faz parte do trabalho do educador saber o que pretende ensinar, diagnosticar o que os alunos sabem e pensam sobre o tema de estudo, definir suas intenções de ensino, escolher a atividade pedagógica adequada e o material didático pertinente para cada situação, avaliar as repercussões de suas intervenções e quais as dificuldades na aprendizagem. No nível emocional percebemos sentimento de baixa autoestima, apresenta em diversos momentos desmotivação corporal comportamento tranquilo, distanciamento emocional do pai, onde em vários momentos se refere à mãe nos desenhos, quanto ao pai não pronuncia seu nome, mas está presente, expressa em alguns momentos que gosta da escola e da professora, dos amigos em especial Luana, apresenta em alguns momentos tom de voz muito baixa, mas sua fala é normal: “Considero essa questão graves e de difícil solução, pois o caminho ideal seria o de discursares iniciais em nível metateórico, teórico e prático. Como exemplo ideal poder-se-ia ter todos profissionais numa visão construtivista do homem, o que lhes possibilitaria examinar com maior isenção os aspectos orgânicos e psicológicos do problema de aprendizagem, nas interações entre indivíduo e meio social. Somente uma análise do chamado meio, enquanto ambiente social, familiar e escolar, com suas normas, valores, possibilidades e restrições, permitiria uma discussão da equipe, com maior nível de realidade”.(weiss, 2008, p.150, 151). 5. CONCLUSÃO - CONSIDERAÇÕES FINAIS O Estágio Psicopedagógico Clínico promoveu benefícios e possibilidades em nossos estudos e observações, avaliando vários aspectos favorecendo mudanças conceituais de que necessitamos para elaboração de um bom trabalho; todo este percurso que foi realizado deixando marcas de aprendizagem que levamos para nossa prática profissional, direcionadas pelas teorias estudadas; Piaget, Jorge Visca, Vigotsky, Fagali e Vale, Weiss, entre outros. Está prática de atividade nos mostrou interesse e preocupação constante em razão de sua estreita associação com aspectos relacionados à aprendizagem. Com embasamentos teóricos buscamos entender e compreender este objeto de estudo e levar em consideração o lado social, afetivo e emocional do aluno: O processo de socialização ocorre no interior dos grupos. Um dos principais grupos de socialização das crianças e o familiar e, depois da família, outra estância socializadora e a escola (Jahoda, 1993). É num primeiro momento na interação com seus pais, na família, e em seguida, com o resto da comunidade, que as crianças aprendem significados comuns a sua cultura. Sua participação nesses diversos espaços sociais permite que aprenda a se situar e reconhecer os valores, direitos e obrigações inerentes a estes ambientes. A escola, por permitir a interação co os pares e com os professores, é um espaço privilegiado para esse processo de socialização (French,1992). (Escóssia/Cunha. 2008 p.114, 115). A escola deve promover o respeito mútuo, reconhecendo e respeitando as diversidades de seus alunos, acomodando os diferentes estilos e ritmos de aprendizagem assegurando e promovendo uma educação de qualidade para todos, mediante currículos apropriados, estratégias de ensino, recursos e parcerias com suas comunidades. Isso implica ainda um esforço para a atualização e reestruturação das condições atuais, para que o ensino seja adaptado a diversidade e às ações pedagógicas dos aprendizes. A escola nessa perspectiva revelou, que os professores estão despreparados para lidar com a diversidade e o desnível de aprendizagem dos alunos, os professores utilizam um currículo inflexível, que não está adaptado para atender as necessidades educacionais dos seus alunos para que o mesmo alcance o sucesso escolar. “Para que o professor se torne um elemento facilitador que leve o educando ao desenvolvimento da auto percepção do mundo e do outro, integrando as três dimensões, deve estar aberto e atento para lidar com as questões referentes ao respeito mútuo, relação de poder, limites e autoridade” (Fagali. 2009 p. 14). De acordo com as instrumentais utilizadas, em nossas sessões e os resultados obtidos, ficamos satisfeitas em realizar este Estágio Clínico, estabelecendo hipóteses, levantamento de dados, para que possamos chegar ao objetivo proposto que é entender a deficiência da aprendizagem encontrada na criança. Vários indicadores forneceram subsídios para o nosso diagnóstico, tivemos uma postura de examinador/observador com estratégias e dinâmica buscou ter uma linguagem acessível e compreensiva a criança assistida e fundamentada nas teorias já citadas, chegamos à compreensão do Comportamento e Aprendizagem desta criança. 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS BARROS, Célia Guimarães. Pontos de Psicologia do Desenvolvimento. São Paulo. Editora Ática, 2002. BORDENAVE. Juan Días. Estrátegia de ensino - aprendizagem. Juan Días Bordenave/Adair Martins Pereira. 29. Ed. – Petrópolis, RJ: Vozes, 2008. ESCÓSSIA. Liliana da. Psicologia entre individuo e sociedade/Liliana da Escóssia, Eduardo Leal Cunha (orgs.) São Cristovão: Editora UFS, 2008. FAGALI, Eloisa Quadros. Psicopedagogia institucional aplicada: aprendizagem escolar dinâmica e construção na sala de aula / Eloisa Quadros Fagali e Zélia Del Rio do Vale. 10. Ed.- Petropolis RJ: Vozes, 2009. FERNANDEZ. Alicia. Os idiomas do Aprender. Porto Alegre: Art med, 2003. PAIN. Sara. Subjetividade e Objetividade: Relação entre desejo e conhecimento. R. de Janeiro. Editora Vozes, 2009. SCOZ, Beatriz. Psicopedagogia e reliadade escolar: o problema escolar e de aprendizagem/Beatriz Scoz. 15. Ed. Petrópolis, RJ. Editora Vozes, 2008. SMOLKA. Ana Luisa. A linguagem e o outro espaço escolar: Vygotsky e a construção do conhecimento/ Ana Luisa Smolka, Maria Cecília Rafael de Góes (orgs.). 12. ed. - Campinas,SP: editora: Papirus, 1993 (coleção Magistério:Formação e trabalho Pedagógico) WEISS. Maria Lúcia Lemme. Psicopedagogia Clínica – Uma Visão diagnostica dos Problemas de aprendizagem escolar / Maria lúcia Lemme Weiss. 13.ed.rev. E ampl. Rio de Janeiro: Lamparina, 2008. http://www.psicopedagogia.com.br/atuacao/disturbios/alguns.shtml Acesso13/04/2011 http://blog.cancaonova.com/manhaviva/?tag=psicopedagoga Acesso 04/05/2011 http://www.psicopedagogia.com.br/atuacao/disturbios/dist-aprend.shtml Acesso 13/04/2011 http://letras.terra.com.br/xuxa/769665/ Acesso 09/05/2011 http://www.tdah.org.br/br/a-abda/cartilhas-da-abda.html Acesso 14/04/2011 http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm Acesso16/05/2011 http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/per09.htm Acesso 17/05/2011 http://www.unicamp.br/iel/site/alunos/publicacoes/textos/d00005.htm Acesso 17/05/2011 http://www.abpp.com.br/artigos/65.htm Acesso: 26/05/2011 http://www.psicomotricidade.com.br/apsicomotricidade.htm Acesso: 01/06/2011

Relatório de Estágio supervisionado Psicopedagogia Institucional

1.INTRODUÇÃO A primeira etapa do Estágio Supervisionado do curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Psicopedagogia Institucional ocorreu nas dependências da Escola Estadual Josino Meneses, no município de Japoatã, com aulas teóricas visando o embasamento para o estágio. A Psicopedagogia Institucional, como a área que estuda o processo ensino/aprendizagem, pode contribuir com a escola na missão de resgate do prazer no ato de Aprender. Foi pensando neste enfoque que o Estágio Institucional forneceu informações e práticas para abordar na visão Psicopedagógica, as condições de escuta construindo um olhar, que possibilite o conhecimento de sintomas para análise dos mesmos buscando soluções para os problemas estudados. O estágio Institucional foi realizado na Escola Formosa Municipal, localizada na Rua Vasco da Gama, no município de Ilha das Flores, com seis sessões, com carga horária de seis horas/aula, no período noturno. O Estágio Supervisionado teve o objetivo de observar e aplicar os conhecimentos adquiridos nas disciplinas, Metodologia Científica, Didática, Libras, Desenvolvimento Socioafetivo, Psicopedagogia e Psicomotricidade, Atendimento Psicopedagógico, Tecnologia Educacional, Intervenção em Psicopedagogia Clínica, Intervenção por meio de jogos, Fundamentos da Aprendizagem, Psicologia da Aprendizagem, Aprendizagem Humana, Aprendizagem da Leitura e Escrita, Teoria da Psicopedagogia e Intervenção Clínica, Diagnóstico Psicopedagogia Clínica, Estágio de Psicopedagogia Institucional. Dentre destes pressupostos, procura-se conviver e observar uma forma de direcionar a prática Psicopedagógica como uma ação sustentada em teóricos, que contribui para o desenvolvimento apreciação do Estágio. O desenvolvimento deste trabalho partilha uma preocupação relativa à aprendizagem, a pratica, buscando esclarecer hipóteses, que aborde todos os processos e níveis tornando e considerando todas ações objeto para estudo. 2. CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO O Estágio foi realizado na Escola Formosa Municipal, no município de Ilha das Flores, situado na zona urbana na rua: Vasco da Gama, 365, sob a direção da Sra. Rosineide dos Santos e coordenação o Sr. José Monteiro – uma escola com total de 700 alunos – na modalidade de Ensino Fundamental atende do 1º ao 9º ano e os Programas EJA-Educação de Jovens e Adultos do 2º ao 9º ano, e o Programa Alfa e Beto. 2.1 Horário de funcionamento A escola atende seus alunos no períodos manhã , tarde e noite e seus horários são 7:30 às 11:45hs , 12:30 às 16:45hs e 18:30 às 22:40 hs. 2.2 Corpo de apoio Sua equipe de apoio é formada por serventes, auxiliar administrativo, secretário, vigia nutricionista, cozinheira. 2.3 Corpo docente A Escola tem em seu quadro funcional quarenta e dois professores, com nível elevado em sua formação: Graduação e Pós-Graduação com especializações em suas respectivas áreas de conhecimento. 2.4 Corpo discente A clientela atendida nesta escola é de baixa e média renda familiar, desenvolve sua cultura participando de Eventos na comunidade e na escola. Os pais destes alunos assistidos pela instituição têm o nível de aprendizagem em variações uns alfabetizados/ semi-alfabetizados/analfabetos. 2.5 Comunidade As principais atividades econômicas das pessoas da comunidade atendida pela escola são na maioria Professores, Agricultores, Pescadores, Funcionário Público, Comerciantes autônomos e taxistas. São desenvolvidas pela comunidade escolar atividades culturais e de lazer como: Reisado, Pastoril, quadrilha, entre outros. A escola estabelece relações com a comunidade através de palestras, reuniões de pais e eventos. Nesta comunidade não existe aluno em idade escolar fora da escola, existe alunos com jornada formal/informal de trabalho, no comércio, campo, auxiliar de pedreiro, pescadores. A instituição dispõe de indicadores como índice de evasão, índice de aprovação, índice de distorção idade/série e IDEB. E também se tem um documento que norteia toda a escola o referido Projeto Político Pedagógico, que foi elaborado com a participação de toda comunidade escolar, a mesma se aplica as diretrizes Curriculares do MEC. e o Regimento Escolar sendo parcialmente conhecido pela comunidade. Os educadores recebem apoio e orientação no seu desenvolvimento da prática pedagógica sistematicamente, com todo apoio prestado pela Direção, Coordenação e Secretaria de Educação. Para melhoria do Currículo a escola realiza ações com vistas em projetos, que proporciona o desenvolvimento da ação para melhoria da aprendizagem dos alunos tais como: Alfabetizando, Prevenção na Escola, Torneio, Leitura, Gincanas de Conhecimentos, Feira de Ciências, Meio Ambiente. Nesta unidade não existe parâmetros de avaliação da aprendizagem e o que existe não atende as necessidades quanto ao acompanhamento e avaliação dos alunos. 2.6 Processo de Planejamento Geral Desenvolvido na Escola Formosa Municipal - Planejamento Pedagógico _Anual/Bimestral -Planejamento Financeiro _ Anual - PDDE. A unidade escolar realiza uma jornada Pedagógica obedecendo ao calendário escolar. O tempo que é garantido na jornada de trabalho não é tão satisfatório, nesse processo de planejamento o público alvo atendido é o diretor, coordenador, professores, alunos, servidores, técnicos administrativos. No processo são observados os seguintes itens: diagnóstico, análise e identificação de problemas, definição de metas, objetivos e estratégias, definição de formas de acompanhamento e avaliação. Os planos produzidos todos têm conhecimento e acesso sendo consultados com frequência. São utilizados alguns critérios para a composição e organização das turmas como idade, aprendizagem distorção idade/série. Quanto a utilização do tempo previsto as aulas e outras atividades não tem se cumprido totalmente há um reflexo negativo nesse processo, se tratando dos problemas relativos as faltas e atrasos e a indisciplina dos alunos, a unidade escolar tem a preocupação e o cuidado de trabalhar estes aspectos através de conversas professor/aluno /comunidade, relatados ao conselho tutelar e Assistência Social. Segundo a direção "Português e Matemática citadas como as disciplinas críticas de ensino, temos dado um grande suporte para que possamos trabalhar de forma diferente envolvendo nestas disciplinas". O ambiente físico está em condições satisfatória, sendo o imobiliário como carteiras de alunos insuficientes. A instituição possui biblioteca, sala de leitura, utilizada pelos professores no horário de trabalho. O ambiente físico contribui para que atividade pedagógica ocorra de forma adequada. A comunidade escolar conserva o espaço físico e contribui para sua preservação. A escola não desenvolve nenhum trabalho com a comunidade externa em relação à valorização e preservação do patrimônio escolar. 2.7 Avaliação da Aprendizagem da Escola Formosa Municipal Avaliação como um elemento integrante da Prática Pedagógica deve ser considerada como um meio e não como um fim, meio de verificar os objetivos definidos, como foi dito anteriormente a escola não possui parâmetros de avaliação, o único mecanismo utilizado para avaliar aprendizagem dos alunos "testes", este instrumento não responde a necessidade de professor/aluno, as formas de registro dos resultados da aprendizagem que a escola adota e a nota registro descritivo bimestralmente, O foco que a escola considera e está no Projeto Político Pedagógico sob a avaliação dos alunos: Conteúdos definidos para cada série, pontualidade, comportamento, participação, assiduidade e interação com grupo. Não, há argumentos em a discussão das práticas avaliativas. A escola possui uma semana de prova para todas as classes. O sistema de recuperação paralela é realizada uma semana após a prova, retomando os conteúdos fazendo revisão, esse sistema não responde as necessidades nem aos estímulos dos alunos. 3. DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NO ESTÁGIO O nosso ponto de partida para a entrada na Escola Formosa Municipal e iniciar o nosso estágio foi vivenciar de perto a realidade daquela escola e compreender seus aspectos históricos/ culturais levando em conta a deficiência na aprendizagem que é a representação maior do nosso trabalho observando situações expostas, que possibilite um aproveitamento de todo olhar Psicopedagógico e que possamos suprir e compreender os próprios sentimentos na relação ensino/aprendizagem. As atividades foram realizadas nos dias vinte e dois à trinta de março de dois mil e onze, que inicialmente fomos apresentar e esclarecer o nosso estágio em Psicopedagogia Institucional, a direção e Coordenação da Escola Formosa, que nos receberam com maior carinho, oferecendo todo apoio em nosso estágio e que eles estavam felizes em receber estagiários Psicopedagogos: Falamos do que é um Psicopedagogo? Qual sua importância numa Instituição; mostramos os materiais que iria ser trabalhados neste período e foi possível iniciar o nosso estágio nesta unidade Escolar com a participação da Direção/Coordenação. No dia vinte e três com o auxílio do coordenador fomos visitar e conhecer as turmas, os alunos, os professores. O coordenador nos apresentou, falando do nosso objetivo na instituição, conversamos com os professores pedimos a colaboração de todos para nos auxiliar em nosso trabalho, explicamos o que é ser um Psicopedagogo, tanto para professores quanto alunos e que os resultados obtidos serviriam para a conclusão de nosso estágio. A nossa visita durou uma hora, agradecemos a compreensão de todos. No dia vinte e quatro Segundo dia, voltamos a instituição, para analisar a estrutura física do prédio, que por sua vez está em bom estado, salas amplas, ventiladas, enfim toda estrutura física está em boas condições; Neste mesmo dia ainda fomos nas salas e visitamos algumas turmas, a primeira sala que visitamos foi a 6ª “A” dezenove alunos adolescente, a aula estava sendo dada pela professora Conceição Melo, ficamos a observar a aula e o desenvolvimento dos alunos, a sua compreensão de instruções orais e escritas porque naquele momento não tinha nada ilustrativos e atrativos, percebemos a classe com alunos querendo compreender, seus olhos demonstravam sede de quer algo, mesmo considerando esta observação em classe um recurso para o nosso estágio, tentaremos realizar entrevistas individuais tanto com professores como o aluno para levantarmos hipóteses e aprofundar os nossos aspectos específicos. POGGI (1996) nos explica a “observação supõe articular o olhar, por um lado integrando-os numa atividade que permite compreender as práticas institucionais”. Saímos desta sala e fomos 7ª “C”, também EJA, com a professora Rafaela - 29 alunos, todos comportados, sentados trabalhando de forma mecânica quadro e giz, alunos com destorção de idade/série. Conteúdos repassados distante da realidade, metodologia tradicional. Visitamos também a 5ª “A”, professor Wedel – 24 alunos – em sua maioria bem comportados, atencioso, percebemos nesta sala o professor preocupado em repassar os conteúdos aos alunos, nesta mesma sala nos chamou atenção o comportamento do aluno J. S. Muito “inquieto”, saindo da sala toda hora sem obedecer ao coordenador e até mesmo ao professor. Fomos para “EJA 1ª a 3ª”- professora, Elizabete – 21alunos, todos com idades comparadas, comportamento regular de alguns alunos outros desatenciosos, a professora preocupada com aprendizagem, e eles com brincadeiras dando a entender que a aula estava desinteressante, a estratégia de trabalho igual a de todos, quadro e giz. Visitamos outra sala do EJA “5ª” encontramos ministrando novamente a professora Conceição, com a mesma metodologia, uma turma calma e com idade/série distorcida. Também foi possível perceber: Desempenho, Vínculo com tarefa, Organização, Atitudes, Vínculo com os colegas, com professores, com Direção. O registro do que é observado vem construir um material imprescindível através de uma ótica diferente da acadêmica, que completam nossas hipóteses de trabalho. No dia vinte e cinco, sentamos com a direção levamos o questionário para obtermos esclarecimentos pedagógicos, a direção, juntamente com o coordenador responderam, em alguns ítens nos solicitaram auxílio para melhor compreensão das perguntas, esclarecemos alguns pontos com a direção que nos informou prontamente, explicamos que todas informações ali citadas era de absoluto sigilo, agradecendo pela atenção e colaboração. No dia vinte e nove, chegamos às dezoito horas e trinta minutos, esperamos os alunos, professores, coordenação e direção, assim tivemos a oportunidade de observar todo desenvolvimento dos alunos quanto seu comportamento em relação recepção na escola; em sala de aula, cumprimento aos colegas; professores e funcionários. Com a chegada da direção nos apresentamos e como já havíamos combinado ela solicitou ao coordenador que nos acompanhasse a uma sala de aula que estava disponível, nos dividimos enquanto uma ficou na sala organizando, a outra juntamente com o coordenador convidou alguns alunos para participarem de uma pesquisa com as estagiárias, eles vieram sem recusa nenhuma, ao chegarem na sala explicamos como seria feita a pesquisa e sua importância em nosso trabalho, eles entenderam, respeitaram o momento e entregamos o questionário, ficamos a observar, uns alunos rápido no raciocínio, outros lentos só tivemos um aluno que não conseguiu responder. Assim que terminaram agradecemos e eles voltaram à suas respectivas salas. Despedimos-nos da direção/coordenação e deixamos certa a nossa volta para a entrevista com os professores. No dia trinta chegamos ao final do estágio, chegamos nesse dia às vinte horas por motivo de trabalho, conversamos com a direção – o convite foi dado pelo coordenador, que nos auxiliou na distribuição dos questionários, só havendo um contratempo, os professores que visitamos neste dia eram outros, por que o sistema do EJA é diferente do fundamental, todos os dias são professores de uma matéria específica, mas mesmo assim explicamos para eles o nosso trabalho e qual nosso objetivo naquela instituição, foram seis professores só três responderam os demais não colaboraram com nosso trabalho, após a devolução dos questionamentos agradecemos a todos e fomos insatisfeitas com o comportamento de alguns educadores, não concordamos com suas posturas, seus alunos nos surpreenderam com mais respeito e carinho, concluímos nosso estágio nessa instituição de ensino, com a certeza de que na educação precisa-se de professores que façam a diferença. 4. DIAGNÓSTICO As atividades desenvolvidas, observadas e analisadas no presente estágio, foram instrutivas e que nos faz, perceber claramente a distância entre o que está escrito na Proposta Pedagógica da Escola e o que acontece na instituição no seu dia-a-dia. No que diz respeito a parte pedagógica assistida naquela Instituição, é que muitas vezes os alunos têm dificuldade no aprendizado. Falta uma base de compreensão. Mais estratégias do professor que motivem o aluno. Segundo Scoz, (2008, p14) “A falta de conhecimento teórico consistentes é um dos fatores que leva as professoras a encontrarem dificuldades para “criar” estratégias de ensino adequadas aos objetos traçados, fazendo-as procurar respostas prontas para suas dúvidas. Outro componente que interfere na capacidade criativa das professoras relaciona-se às influencias que sofreram por parte do sistema escolar de ensino durante muitos anos”. . Identificamos que a maioria dos alunos observados não estão conseguindo desenvolver a competência e habilidade na leitura, escrita e compreensão que na verdade são eixos principais na formação do educando. Para FAGALI, (1993, p14) “Para que o professor se torne um elemento facilitador que leve o educando ao desenvolvimento da autopercepção, percepção do mundo e do outro, integrando as três dimensões, deve estar aberto e atento para lidar com questões referentes ao respeito mútuo, relações de poder, limites e autoridade”. “segundo a teoria Piagetiana do desenvolvimento cognitivo baseia-se na premissa de que as pessoas tentam atribuir sentido ao mundo por meio de experiências diretas com objetivos, pessoas e idéias”. A maturação, a atividade, a transmissão social e a necessidade de equilíbrio influenciam o modo como os processos de pensamento se desenvolvem. Em linhas gerais verificamos três eixos fundamentais para o levantamento do diagnóstico: Prática Pedagógica, Postura do Professor e Gestão Escolar. Podemos perceber na clientela atendida nesta unidade escolar à dificuldade em relação professor/direção/aluno/ família, uma linguagem diferente na dicotomia de pensamento e das ações. Segundo BARROS (2002, p.59) A escola desempenha um papel menor que a do lar na modelagem da personalidade da criança. Entretanto, muitas crianças freqüentam escola durante mais de doze anos. A espécie de escola que elas freqüentam e o tipo de professores quer têm influenciam consideravelmente seu crescimento intelectual, emocional e social. São jovens/ adolescentes, necessitando de um acompanhamento intenso pedagógico que facilitem seu desenvolvimento na aprendizagem já que, nesta idade é bom lembrar-se da estrutura mental caracterizando-se por uma dependência cada vez maior e o desenvolvimento cognitivo, em profundidade e maior compreensão dos problemas e da realidade significativa que o atinge. Isto influência os conteúdos afetivo-emocionais, sabemos que aprendizagem é uma situação de autonomia crescente, que transcede o familiar e se projeta na sociedade como um todo. Toda aprendizagem é um processo social e não individual, é por isso que, muitas vezes podemos nos deparar com variantes significativas na interpretação das aprendizagens, as quais estão relacionadas com as variações dos contextos onde se dão. Segundo SCOZ (2008. p,152) “Embora nem sempre compreendam claramente o papel da escola frente aos problemas de aprendizagem, nem encontrem para eles soluções eficazes, professoras C.Ps. conseguem apontar muitos fatores que facilitam ou dificultam uma possível ação. Ao fazê-lo, colocam em evidencia problemas referentes à estrutura e funcionamento da escola, dos serviços públicos de atendimento e a sua própria formação profissional”. Esses três eixos nos transmitem situações pendentes na aprendizagem, é difícil relatar mais isso implica bastante no futuro dos alunos e da sociedade. Chegamos há um consenso que a Organização Escolar exige planejamento, que consiste explicitar objetivo e antecipação de decisões para orientar a Instituição com previsão do que se deve fazer para atingi-los. E nesta organização assegurar a afetividade dos processos de ensino / aprendizagem, criando à viabilidade as ações e modos para se realizar o que foi planejado. 5. CONCLUSÃO O Estágio Psicopedagógico Institucional promoveu benefícios e possibilidades em nossos estudos e observações, avaliando vários aspectos favorecendo mudanças conceituais de que necessitamos para elaboração de um bom trabalho; todo este percurso que foi realizado deixou marcas de aprendizagem que levamos para nossa prática profissional, direcionadas pelas teorias estudadas; Piaet, Jorge Visca, Vighostik, Fagali e Vale, Barros entre outros. Esta prática de atividade nos mostrou interesse e preocupação constante em razão de sua estreita associação com aspectos relacionados à aprendizagem. Com embasamentos teóricos buscamos entender e compreender este objeto de estudo e levar em consideração o lado social, afetivo e emocional do aluno. As escolas devem promover o respeito mútuo, reconhecendo e respeitando as diversidades de seus alunos, acomodando os diferentes estilos e ritmos de aprendizagem assegurando e promovendo uma educação de qualidade para todos, mediante currículos apropriados, estratégias de ensino, recursos e parcerias com suas comunidades. Isso implica ainda um esforço para a atualização e reestruturação das condições atuais, para que o ensino seja adaptado a diversidade e às ações pedagógicas dos aprendizes. A escola nessa perspectiva revelou, que os professores estão despreparados para lidar com a diversidade e o desnível de aprendizagem dos alunos, os professores utilizam um currículo inflexível, que não está adaptado para atender as necessidades educacionais dos seus alunos para que o mesmo alcancem o sucesso escolar. O dialogo poderá consolidar saberes, sensibilidade e intencionalidade que emergem da prática profissional, bem como valorizar a própria profissão, estabelecendo relações de autonomia com o conhecimento, afirmando-a em suas propostas de intervenção e oportunizando a interação. Está nossa postura reflete numa perspectiva focada há um resultado positivo que nos traga sucesso. 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS BARROS, Célia Guimarães. Pontos de Psicologia do Desenvolvimento. São Paulo. Editora Ática. 2002 DÍAS, Juan Bordevanave. Estrátegia de ensino - aprendizagem. Juan Días Bordenave/Adair Martins Pereira .29. Ed. – Petrópolis, RJ: Vozes, 2008 FAGALI, Eloisa Quadros. Psicopedagogia institucional aplicada: aprendizagem escolar dinâmica e construção na sala de aula / Eloisa Quadros Fagali e Zélia Del Rio do Vale. 10. Ed.- Petropolis RJ: Vozes, 2009 SCOZ, Beatriz. Psicopedagogia e reliadade escolar: o problema escolar e de aprendizagem/Beatriz Scoz. 15. Ed. Petrópolis, RJ. Editora Vozes. 2008 VYGOTSKY. A linguagem e o outro espaço escolar: Vygotsky e a construção do conhecimento/ Ana Luisa Smolka, Maria Cecília Rafael de Góes(orgs.).12.ed.-Campinas,SP: editora: Papirus, 1993 (coleção Magistério:Formação e trabalho Pedagógico)